14 outubro 2008

Ensaios (Blindness)


A vida às vezes nos leva a caminhos inesperados, por isso tive um pouco de dificuldade em manter este blog. From now on, eu espero poder escrever aqui com mais freqüência.

Ontem à noite vi o tão esperado “Ensaio sobre a cegueira” (“Blindness”, 2008, Canadá/Brasil, Fernando Meirelles)! Estou embasbacada.

Nunca tive muita paciência pro Saramago (que me desculpem os mais conservadores!), por isto sempre passei longe da obra. Amanhã mesmo procurarei na biblioteca mais próxima o bendito livro. Óbvio que gostarei mais das páginas impressas (como sempre acontece com as adaptações), mas é a primeira vez que acontece o inverso: primeiro vi o filme para depois ler o livro.

Entre os tantos destaques que vêm sendo notícia na mídia “baba-ovo-do-Meirelles”, queria ressaltar um dos que mais me chamaram a atenção: a maquiagem de Julianne Moore. Sempre impecavelmente ruiva e com a pele bem tratada, ela aparece no filme com sardas e loira. Que espetáculo! Nada poderia significar mais a simplicidade e o sofrimento daquela mulher que carregou o mundo em suas costas. Já acostumada à sua estupenda atuação (sim, sou fã confessa da ruiva), não me surpreendeu que o papel principal tenha sido tão bem conduzido. Tão bem que nem precisaríamos do narrador ao final do filme dizendo que ela “sentiu cegar os olhos”.

Aliás, o narrador é desnecessário em todos os sentidos ali naquele final, a não ser pelo tom “Dogville” que saiu o comentário: “alguns temeram perder a família que ganharam” [quando ficaram cegos]. Mais serviria às imagens, talvez, uma trilha mais capciosa.

Particularmente, não gosto de cenas de violência sexual. Portanto, se eu estivesse sentada na cadeira de nome “director”, eu excluiria da montagem final. Apesar de terem sido fortes o suficiente para me deixar agoniada o resto do filme (mais um ponto pro Meirelles).

A fotografia me trouxe à memória imagens dos campos de concentração, o que contribuiu para compor a sensação de terror ao que os personagens viviam. Excelente escolha!

De 0 a 10: 9,8...

(Blindness, Brasil/Canadá, 2008, Fernando Meirelles)

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