05 outubro 2006

Capuccino, companhia, filme e discussão (The Lake House)


Um bom filme nem sempre tem que vir acompanhado de uma boa companhia ou um bom capuccino. Mas um bom filme sempre tem que despertar vontade de comenta-lo depois. Se for assim, “A casa do Lago” já marcou 2 pontos.

A noite começou com um bom capuccino (e desta vez com creme) antes da sessão começar, criando as expectativas, sem, claro, mencionar nenhum tipo de sinopse, pois elas sempre estragam o filme. Apesar da falta de espaço entre as cadeiras (coitado do meu amigo Zezinho, ele é muito grande), saímos do cinema pensando nele.

O que é melhor nestas situações é que cada um sempre enxerga diferente, principalmente quando falamos de um filme que trata, em linhas gerais, sobre fendas no tempo. Adiciona-se na receita uma pitada de romantismo, Jane Austen, trilha de Paul MacCartney e Carole King e Sandra Bullock... Já era... É um filme que conquista!

Mas deixa algumas lacunas. Por exemplo, a cachorra. Ela não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo, e, ao que tudo indica, na primeira noite de neve do filme, ela está tanto com o Alex quanto com a Kate.

Explico.

Quando eles ainda estavam tentando entender como um podia estar em 2004 e a outra em 2006, Kate procura algumas fotos antigas e acha uma de uma noite específica em que nevou repentinamente. E ela comenta com Jack (a cachorra) que o animalzinho não estava feliz aquele dia. Quando Alex passa pela mesma nevasca, Jack está com ele e não poderia, assim, ter saído na foto com Kate. Lacuna!

Outra falha do filme foi na construção da relação do pai com os filhos. Tudo vai muito bem até uma conversa do pai com Alex sobre iluminação nas construções. Parece que o pai vai pedir que o filho trabalhe para ele em Barcelona. A conversa termina sem saber aonde o pai queria chegar com toda aquela “talk-talk-talk”.

Plot principal: A caixa de correio é que traz a “magia” do filme. É ela a responsável única e direta pelas correspondências. Ao que me parece, o motivo daquele lago, daquela casa, daquela caixa de correio enfim, serem do jeito que são, é por causa da relação problemática entre os pais de Alex. O pai construiu a casa antes de ser um grande arquiteto, construiu pensando na esposa e para a esposa. Foi uma casa feita com amor, muito embora tenha sido citado no filme que o pai a construiu pensando nele próprio, fez uma CASA e não um LAR.

Esse amor que o pai tinha pela mãe era tão forte a ponto de se criar uma magia em torno daquela edificação? Não sei! Nada disso é explorado no filme. Este é o meu palpite.

Gostei do filme? Sim! Na escala de 1 a 10, a nota é 7,5, no máximo 8. Se o Alex tivesse morrido no final, seria 15.


(“The lake house", 2006, Alejandro Agresti)

3 comentários:

Livia Maia disse...

Leiam o comentário do meu amigo Frederico Franz a respeito deste flilme em www.midiapop.zip.net

Anônimo disse...

Eu vi o filme, mas não achei um dos melhores não. Quando assisti ao trailler fiquei achando que seria melhor. Fotografia é legal, sim, a idéia eu também achei muito boa, mas acho que o roteiro poderia ter explorado a idéia de uma maneira um pouco melhor. Mesmo assim, é um tipo de filme que eu assistiria de novo sem problema.

Anônimo disse...

nao tinha percebido esse erro do cachorro...
eh verdade!
concordo plenamente com vc... se Alex tivesse morrido seria mto mais interessante.
bjossss