29 novembro 2006

Dos filmes que eu vi (Primeiro Plano Festival de Cinema)

Vi 3 dos filmes que passaram no Primeiro Plano Festival de Cinema, que aconteceu em Juiz de Fora entre os dias 06 e 12 de Novembro deste ano. O Festival ainda teve mostras de curtas-metragens em película e vídeo, inclusive o meu primeiro vídeo, “Ledo Engano”, também foi exibido. Foram muitos e o critério de seleção para exibição parecem ter sido um tanto quanto arbitrários. O que significa que tinha coisa bem legal, mas também tinha coisa muito ruim. Destes eu abstenho meus comentários.

Quanto aos longas-metragens...


O ano em que meus pais saíram de férias

Uma das melhores histórias que eu já vi, tanto de filmes brasileiros como estrangeiros. Delicado, sutil e de bom gosto. Como nunca alguém conseguiu fazer um filme sobre a ditatura que fosse tão leve e gostoso de assistir, mesmo com cenas fortes de “revolucionários” x polícia.
É certo que a atuação do Michel Joelsas e da Daniela Piepszyk, que interpretam as crianças, seguram a atuação do resto todo. Mas de qualquer maneira, o modo como retratam a ditadura como pano de fundo e a inovação de ver tudo aquilo sob os olhos de um garoto que só queria ver o Brasil campeão da Copa foi uma sacada estupenda do Cão Hamburguer, pai da idéia original e também assina a direção.
A fotografia é belíssima, os Gullane tiveram dificuldade para achar aquele bairro todo para filmar, mas cada centímetro das locações e dos cenários, ajudaram a compor a visão lúdica e ao mesmo tempo sombria dos anos 70 no Brasil.
Fora que o jogo de câmera com os reflexos e focos deram um estilo dinâmico e detalhista ao filme, o que mostra uma preocupação constante com cada detalhe.
Se todo diretor/produtor/fotógrafo formassem uma equipe tão dedicada quanto esta, as produções brasileiras iam despontar até mais do que as francesas.
Assistam!
De 1 a 10, a nota é 15!

(“O ano em que meus pais saíram de férias”, 2006, Cao Hamburger)





Remissão

O filme não tem nada. O roteiro é ridículo, a fotografia não encanta, a direção é horrorosa, os atores, piores e o som estava péssimo (isso pode ser culpa da projeção horrível do Palace).
Mas enfim, quando eu não achei que poderia ficar pior, foi lá o padre e deu um beijo no galã.
Todo mundo começou a rir e eu achei por um momento que eu tinha perdido a piada. Mas se eu perdi a piada, é porque ela foi de muito mau gosto, porque ria de um padre que molestou uma criança.
Aí teve dois finais, um menos descabido do que o outro. E no meio disso, a escrava começou a rir do que estava acontecendo, ria-se do tipo: “Bem feito, acho pouco bom e doce!” Fiquei com vontade de sair correndo, só não saí porque o diretor do filme e mais uma atriz estavam presentes. Eu tive vergonha por eles.
De 1 a 10, voto –15!

(“Remissão”, 2006, Silvio Coutinho)



Incuráveis

Este compensou todo o meu cansaço. Depois de trabalhar o dia inteiro e esperar horrores a sessão começar, valeu a pena! Incrível como o roteiro é trabalhado, Um daqueles filmes que te deixa pensando nele vários e vários dias. Sem contar que a atuação dos atores é magnífica. Trata de um assunto forte, cabuloso e se sai bem dele por completo. Não deixa nenhuma lacuna, nem de personagem, nem de situações. E mesmo assim não é aquele filme “explicadinho” e entediante.
O pior é que não posso comentar mais detalhes do filme, porque eu posso estragar a surpresa e a reviravolta do filme. Fica a dica: assistam!! De 0 a 10,
voto no 13! Muito bom.

(“Incuráveis”, 2006, Gustavo Acioli)

Um comentário:

Théo disse...

gostei deste blog! adiciona-lo-ei.
ps: te vi num tópico da comunidade danni carlos.