06 maio 2008

No más! (apelo aos jornalistas por Ingrid Betancourt)

Eu não tenho muitos anos de vida, e nestes poucos, já acreditei e desacreditei em várias e inúmeras balelas. Fruto de adolescência ou de típica ingenuidade, fui capaz de passar 4 anos sem beber Coca-Cola, imaginando que o esforço de uma pessoa só fosse capaz de conter esta “financiadora da guerra”. Pfff... Surpresa: Uma pessoa sozinha não faz nada!

Uma pessoa sozinha não faz nada, um país sozinho não faz nada, um político sozinho não faz nada. Muito me dói ter que engolir o fato de Ingrid ter perdido esta luta. Me dói. Dói pensar que o mundo é governado por quem é. Que a honestidade e o caráter valem muito pouco ou nada. Que pessoas como Ingrid são punidas por querer fazer o bem.

A boa e velha máxima: o bonzinho só se f....

Há um mês e 8 dias o avião-ambulância, enviado pela França, deixou o território colombiano. O Falcon 900 ficou de prontidão em caso de uma eventual libertação de Ingrid Betancourt e levava o tratamento adequado à sua saúde, já debilitada.

A missão foi ignorada pelas Farc.

A minha esperança de vê-la solta permanece intacta. Mas o que nasceu nestes últimos dias foi a esperança de que nós, jornalistas, também podemos fazer a diferença. Não é uma utopia de estudante de comunicação, nem delírio de estudiosos: é a esperança de um futuro melhor.

Haja visto o caso Isabella Nardoni. As diversas abordagens na imprensa sobe o assassinato da menina segue pressionando a polícia e a perícia criminal para desvendar este crime.

Tentamos, obviamente, esquecer alguns erros e manipulações cometidas por alguns veículos (como nas Diretas Já!) em prol do que arrisco chamar de Bem Maior, que é o trabalho dos jornalistas. Desde o calçamento numa rua da periferia, à renúncia de um presidente. O papel do jornalismo é, e sempre deverá ser, o serviço social. Não devemos nunca esquecer para quem realmente estamos trabalhando.

Chamo a atenção aqui para uma matéria exibida no SPTV(2ª edição) do dia 13 de Dezembro de 2007. A reportagem de Monalisa Perrone falava sobre as portas giratórias em bancos e como os seguranças pareciam selecionar quem seria barrado. Sem precisar dizer no off, a jornalista (em conjunto com o cinegrafista) mostrou que apenas as mulheres negras eram barradas naquele banco. Não era preciso acusar ninguém, as imagens falavam por si. Não tenho outra palavra para descrever a matéria, senão “Magnifica!”.

É este tipo de jornalismo que a gente quer ver (ao contrário do sangue habitual de alguns tele-jornais). É este tipo de jornalismo que eu sonho em fazer. E é com este jornalismo mudaremos o mundo.

Este é um apelo para que cubram, com mais assiduidade, o caso Ingrid Betancourt.

Assistam ao vídeo: Be the change (YouTube)

Assessem o site: www.betancourt.info

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