Uma pessoa sozinha não faz nada, um país sozinho não faz nada, um político sozinho não faz nada. Muito me dói ter que engolir o fato de Ingrid ter perdido esta luta. Me dói. Dói pensar que o mundo é governado por quem é. Que a honestidade e o caráter valem muito pouco ou nada. Que pessoas como Ingrid são punidas por querer fazer o bem.
A boa e velha máxima: o bonzinho só se f....
Há um mês e 8 dias o avião-ambulância, enviado pela França, deixou o território colombiano. O Falcon 900 ficou de prontidão em caso de uma eventual libertação de Ingrid Betancourt e levava o tratamento adequado à sua saúde, já debilitada.
A missão foi ignorada pelas Farc.
A minha esperança de vê-la solta permanece intacta. Mas o que nasceu nestes últimos dias foi a esperança de que nós, jornalistas, também podemos fazer a diferença. Não é uma utopia de estudante de comunicação, nem delírio de estudiosos: é a esperança de um futuro melhor.
Haja visto o caso Isabella Nardoni. As diversas abordagens na imprensa sobe o assassinato da menina segue pressionando a polícia e a perícia criminal para desvendar este crime.
Tentamos, obviamente, esquecer alguns erros e manipulações cometidas por alguns veículos (como nas Diretas Já!) em prol do que arrisco chamar de Bem Maior, que é o trabalho dos jornalistas. Desde o calçamento numa rua da periferia, à renúncia de um presidente. O papel do jornalismo é, e sempre deverá ser, o serviço social. Não devemos nunca esquecer para quem realmente estamos trabalhando.
Chamo a atenção aqui para uma matéria exibida no SPTV(2ª edição) do dia 13 de Dezembro de 2007. A reportagem de Monalisa Perrone falava sobre as portas giratórias em bancos e como os seguranças pareciam selecionar quem seria barrado. Sem precisar dizer no off, a jornalista (em conjunto com o cinegrafista) mostrou que apenas as mulheres negras eram barradas naquele banco. Não era preciso acusar ninguém, as imagens falavam por si. Não tenho outra palavra para descrever a matéria, senão “Magnifica!”.
É este tipo de jornalismo que a gente quer ver (ao contrário do sangue habitual de alguns tele-jornais). É este tipo de jornalismo que eu sonho em fazer. E é com este jornalismo mudaremos o mundo.
Este é um apelo para que cubram, com mais assiduidade, o caso Ingrid Betancourt.
Assistam ao vídeo: Be the change (YouTube)
Assessem o site: www.betancourt.info
Nenhum comentário:
Postar um comentário